quinta-feira, 28 de outubro de 2010

uma história de dois pequenos e quiçá grandes escritores...

Eis o exemplo de uma história inacabada, enfim acordos entre escritores:
    Estava sentada num banco em frente à plataforma. Ou estaria em casa? Ele dissera que chegaria hoje, por isso ela estava à sua espera. Só não se lembrava onde. Decidira ficar em casa, esperando ansiosa pelo seu regresso, alisando as pregas do vestido sempre que passava em frente ao espelho ou decidira fazer-lhe uma surpresa e esperar por ele na estação? Não importa.Se isso não importava, então o que importa? Olhou para o relógio que pendia da parede e viu que faltavam cerca de dez minutos. Começavam a juntar-se cada vez mais pessoas junto dela, aproximando-se da linha para verem melhor a chegada do comboio, mas em casa ela estava sozinha. Não se podia distrair a observar as pessoas que passavam nem as formas engraçadas das nuvens. Em casa, andava de um lado para o outro, parando ocasionalmente para dar uma olhadela ao relógio. Eram quase três horas.
   Saiu de casa apressadamente, e num passo largo começou a caminhar para a estação. Quando lá chegou soltou um bocejo de contentamento, pois tinha tido a coragem de ir até lá. Olhou os comboios, seguia-os atentamente com o seu olhar, deste o momento em que os avistava até à sua paragem. Correu na direcção de um, na esperança de encontrá-lo… limitou-se a aguardar enquanto as pessoas saiam, e, a tentar reconhece-lo no meio de muitos outros. O comboio havia já esvaziado, ela sabia disso, porém, tentava desesperadamente encontrar outra porta que não tivesse visto. Tentava encontrar uma explicação para o que estava a acontecer. Sentou-se, distraiu-se por meros instantes, olhou o céu, olhou o relógio de pulso e já tinham passado duas horas.

Vital e Matos

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